domingo, 9 de maio de 2010

As contribuições do brincar no Ensino Fundamental

“Brincar é uma forma de expressar o que está sentindo, suas experiências e vivências exteriores. Brincar para criança é tão vital quanto comer e dormir
(Pagani 2003,p.12)


As crianças, no Brasil, geralmente, entram na escola nos seus primeiros anos de vida. Hoje, pela legislação, o Ensino Básico obrigatório não mais se restringe ao Ensino Fundamental. Ele inicia-se justamente na Educação Infantil na fase em que a sua identidade, de acordo com Piaget (1978) está sendo construída. E, conclui-se no Ensino Médio na adolescência quando essa educação começa a se firmar.
Ao incorporar-se a Educação Infantil no Ensino Básico, tornando-a obrigatória, abriu-se o espaço para um trabalho pedagógico de base, considerando-se a importância de sua integração na sociedade tanto para o desenvolvimento de sua personalidade como de sua linguagem. Ao freqüentar a escola, ela estabelece novos vínculos afetivos, com as pessoas - adultos ou crianças - da instituição, e, então, tem a oportunidade de trazer para o seu interior, as experiências emocionais, sociais, afetivas, as impressões, a vivência. Quanto mais elementos destas naturezas ela trouxer para o seu interior, maior será a sua necessidade de expressão, para exteriorizar a sua apreensão e compreensão do mundo. Todo esse processo é fundamental para o desenvolvimento completo de sua identidade enquanto ser humano.
Ainda segundo Piaget (1978), a inteligência humana passa a desenvolver-se no individuo por meio da interação social. É nesse contexto, o da necessidade de integração social e da expressão de sua visão do mundo, que o brincar se incorpora, naturalmente, ao universo infantil. A medida em que a criança brinca, ela começa a exprimir conceitos e renovar suas experiências, começando a modelar a sua identidade. Pois, por meio das brincadeiras como: faz-de-conta, brincadeiras de fantasias, a criança interage com outras, e vivência suas observações e experiências. Por meio de jogos, estimula os desafios, a paciência, os conceitos de regras. Por intermédio das atividades de teatros, trabalham a linguagem, a expressão corporal, movimentos, sentimentos. Interligando com a fantasia e a realidade.
Essas atividades a tornam uma criança, conhecedora de si, e das pessoas a sua volta, estimulam a construção do seu eu, passando a se descobrir como ser único, a ter autonomia sobre si, e criatividade.
Para Vygostisky ( 1994), o desenvolvimento das funções cognitivas depedem do meio externo, do meio social, sendo de fundamental importância para o ser humano.
De acordo com o pensamento de Vygostiky, podemos afirmar que, a atuação das pessoas que estão ao redor das crianças, compõem, as suas primeiras referências, sendo visadas, atentamente, por elas. Quem nunca viu uma criança brincando de professora, casinha, mamãe, papai?
Essa relação que a criança faz entre o imaginário e o real, revela as ações entendidas, os sentimentos guardados, as situações vigiadas e vividas, as suas primeiras experiências.
O brincar tem um papel fundamental, nesse procedimento pois, é no brincar que criança interage com outras, expondo suas ações interiores. Esse processo de brincar e construir, para a criança -é não intencional. O educador precisa está integrado nessa observação, para detectar quaisquer, problemas possíveis, seja lá, familiar ou psicológico.
As brincadeiras nesse contexto, não se dá por recreação, mas como um instrumento de construção, algo embasado, com propósitos de somar o prazer com o essencial.


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Clicilane Melhorini Araújo

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